8 de nov. de 2010

Nier








Tema: Aventura
Plataforma: PS3, XBOX 360


NIER é uma espécie de mostruário de quase tudo o que foi feito até hoje, desde a quarta geração de consoles (talvez até antes) até agora.

O flerte com diversos estilos que deram certo ao longo dos anos simplesmente não consegue espantar o irremediável tédio que ocupa a maior parte de NIER. Também é incapaz de disfarçar algumas mecânicas descaradamente datadas, bem como as diversas arestas que ficaram por aparar. Em suma: trata-se da reunião de diversas boas ideias que simplesmente não conseguem nenhuma ligação entre si capaz de criar algo realmente divertido.

Para efeitos de classificação, talvez se pudesse colocar a empreitada da desenvolvedora Cavia como um RPG de ação com pretensões de Final Fantasy — vale lembrar que apenas a publicação do jogo ficou a cargo da Square Enix, portanto pode respirar aliviado. Existem momento de pancadaria pura e simples, mas também há diálogos e a evolução de personagens tipicamente RPG.

Entretanto, não há aqui a mesma sinergia entre ação e história que existe, por exemplo, em The Legend of Zelda: Ocarina of Time. A impressão de heterogeneidade é constante na maior parte do tempo: o seu protagonista — talvez o mais feio desde que Mike Haggar deu as caras em Final Fight — parece constantemente arremessado de um jogo para outro. Sem explicação. Sem transição. E, finalmente, sem o menor sentido.

Mesmo a tentativa de conferir liberdade na forma de um mundo de jogo aberto parece ser um tiro que saiu pela culatra. Por quê? Muito simples: atravessar as extensas colinas de NIER é terrivelmente tedioso, já que não existe praticamente nada para preencher todo esse espaço, além de alguns animais selvagens e os mesmos inimigos genéricos — os risíveis “shades”, que mais parecem esboços de monstros largados pela metade.

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